Por Dedé Rodrigues.
22ª Cúpula de Chefes de Estado e de Governo da Conferência Ibero-Americana
No “discurso na sessão de abertura da 22ª Cúpula de Chefes
de Estado e de Governo da Conferência Ibero-Americana, que ocorre em Cádiz, na
Espanha, a presidenta Dilma Rousseff voltou a defender o modelo brasileiro de
investimento público e abertura de mercados como antídoto contra a crise
econômica mundial, apesar de reconhecer que também o Brasil foi atingido pela crise internacioanal do capitalismo neoliberal.
Segundo Dilma “Temos assistido, nos últimos anos, aos
enormes sacrifícios por parte das populações dos países que estão mergulhados
na crise: reduções de salários, desemprego, perda de benefícios. As políticas
exclusivas, que só enfatizam a austeridade, vêm mostrando seus limites em
virtude do baixo crescimento. E, apesar do austero corte de gastos, assistimos
ao crescimento dos déficits fiscais e não a sua redução. Os dados e as
previsões para 2012 e 2013 mostram a elevação dos déficits e a redução dos PIBs
[Produto Interno Bruto]”, disse.
Para a presidenta, a
simples demonstração de rigor nos gastos públicos não é suficiente para
garantir a confiança no mercado internacional. “Confiança não se constrói
apenas com sacrifícios. É preciso que a estratégia adotada mostre resultados
concretos para as pessoas, apresente um horizonte de esperança e não apenas a
perspectiva de mais anos de sofrimento”, destacou.
Dilma cobrou que os
países superavitários façam a sua parte para que se normalize e a atividade
econômica sadia entre os países abrindo mercados e estimulando as importações
em seus territórios. Segundo a presidenta, os governos devem estimular o
aumentar os investimentos e do consumo tendo como objetivo a retomada do
crescimento da economia mundial.
Ela também apresentou
dados sobre a economia brasileira para demonstrar que o modelo adotado pelo
Brasil apostou na inclusão econômica e na garantia de direitos sociais para
conseguir um desenvolvimento sustentado ao longo dos últimos anos. Dilma
lembrou que os países da América Latina passaram 20 anos adotando o modelo de
austeridade proposto agora a Portugal e à Espanha.
Segundo a presidenta,
o Brasil só conseguiu pagar sua dívida e acumular reservas, como recomendava o
FMI, quando voltou a crescer. Atualmente, de acordo com Dilma, a estratégia
adotada para manter o crescimento está centrada no investimento público em
infraestrutura, estímulo à inovação tecnológica por meio de parcerias e
manutenção dos investimentos sociais. A presidenta também lembrou que o aumento
da competitividade das empresas é um desafio para o Brasil e os países da
América Latina e propôs que a cúpula resulte em um documento que também
priorize ações voltadas para a micro e pequena empresa e o empreendedorismo.
“A cooperação e a melhoria da competitividade requerem que
asseguremos um ambiente econômico favorável às empresas parceiras de todos os
pontos do mundo, em especial me refiro aqui à Espanha, a Portugal e, sobretudo,
aos países latino-americanos, nesses investimentos. Daremos integral prioridade
às pequenas e médias empresas e ao empreendedorismo”, disse.
Com informações de Roberto Stuckert
Filho
Fonte: Agência Brasil
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