Deputados do PCdoB querem mais políticas de igualdade racial
“Faço um verdadeiro clamor, na tarde de hoje, para que nós votemos a PEC da Empregada Doméstica, numa perspectiva de fortalecer aquela que, sem dúvida, é uma categoria e uma população majoritariamente formada por negros e negras”, pediu Luciana Santos (foto) aos colegas parlamentares.
Na avaliação do deputado Milhomen, “o Brasil já avançou muito. Devemos muito ao governo democrático do Presidente Lula, que deu o primeiro passo para que tivéssemos políticas nacionais de combate à desigualdade racial, mas ainda falta muito para que possamos, claramente, definir a população negra com os mesmos direitos da população não negra.”
“Falta muito, falta muita educação, faltam muitos direitos sociais, falta muito investimento, falta justiça social”, afirma o parlamentar, destacando que a população negra é a maior na carceragem; os jovens negros são os que mais morrem por homicídio e no trânsito; a remuneração do trabalhador negro, hoje, representa 60% da do trabalhador não negro, a da mulher negra, 47%.
Para Milhomen (foto), é preciso resgatar o direito da população negra, que foi jogada na sociedade sem as mínimas condições de crescimento e desenvolvimento social e econômico. “Por isso, queremos que o debate seja pela vida social do negro, não pela genética, como muitos querem distorcer. A genética não é o mais importante; o importante é a vida da população negra do nosso País”, concluiu.
Exemplo de Zumbi
Como outros parlamentares da Casa, que discursam em homenagem à data, Luciana Santos também resgatou a história de Zumbi dos Palmares, que motivou a criação do Dia da Consciência Negra.
Em 1695, Zumbi dos Palmares é surpreendido na Serra Dois Irmãos, em Pernambuco. Morto no dia 20 de novembro, ao lado de 20 guerreiro,s teve a cabeça cortada que foi apresentada ao Governador Melo e Castro para depois ser exposta na Praça do Carmo até a total decomposição para que servisse de exemplo.
A parlamentar contou que “os seus assassinos pensavam ter exterminado a resistência dos escravos. O povo negro sabia que ali havia sido plantada uma semente ainda mais forte e longeva. A luta pela liberdade e resistência do povo negro inspirou-se no seu exemplo e não arrefeceu nem mesmo um segundo, seja na organização dos quilombos, em séculos passados, seja no enfrentamento da discriminação e da violência nos dias atuais”.
De Brasília
Márcia Xavier
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