Com uma participação acima dos 78% do eleitorado, a Venezuela viveu neste domingo (14) mais uma festa democrática, culminando uma campanha eleitoral que só ocorreu devido a uma fatalidade – a morte do comandante-presidente Hugo Chávez, em 5 de março último. A participação maciça, a mobilização popular, o vigor democrático das massas, o ambiente de tranquilidade e paz, o perfeito funcionamento do sistema de votação e apuração – atestado por observadores internacionais – são fatos reveladores do amadurecimento da democracia na Venezuela, um dos resultados mais significativos da colossal Revolução Bolivariana iniciada e dirigida pelo ex-presidente.
O candidato chavista Nicolás Maduro venceu o pleito por estreita margem – menos de 2% – impondo mais uma derrota ao concorrente Henrique Capriles, um açodado, aventureiro e ambicioso líder direitista, antichavista até a medula, que não hesitou em especular com a memória, a imagem e a simbologia do líder, querido pelas massas, a fim de tergiversar e confundir.
A vitória de Nicolás Maduro representa a continuidade da construção da pátria venezuelana segundo os princípios e objetivos da Revolução Bolivariana, que ingressa em nova etapa. A Revolução está longe de ter chegado ao final e se pode dizer mesmo, se se analisa com a perspectiva histórica, que apenas começou.
O fio condutor do mandato de Maduro, que segundo a Constituição irá até 2019, será, como ele próprio anunciou, o Plano da Pátria, a mesma plataforma política, econômica e social anunciada por Chávez na campanha eleitoral vitoriosa de 7 de outubro do ano passado, que prevê o desenvolvimento econômico, o aprofundamento de políticas sociais inclusivas e de universalização de direitos, o fortalecimento da soberania nacional, o aumento do protagonismo popular, a ampliação da integração latino-americana e caribenha, a luta anti-imperialista no plano internacional e o aprofundamento do caminho para o socialismo.
A vitória de Nicolás Maduro, à frente do Grande Polo Patriótico – coalizão das forças patrióticas, populares, democráticas, socialistas, revolucionárias e comunistas - credencia o país a dar passos seguros nessa direção. A estreita margem com que foi alcançada em nada diminui o seu alcance nem muito menos ensombrece a perspectiva.
Em 14 anos, o chavismo venceu 17 de 18 eleições disputadas, perdendo apenas uma consulta popular sobre a emenda de determinados artigos da Constituição. É isto que atesta o vigor político do chavismo e o respaldo do povo a essa corrente de pensamento e ação.
A margem estreita da vitória mostra a dimensão e a complexidade dos desafios a enfrentar. No discurso que pronunciou logo após a proclamação dos resultados, Maduro se mostrou consciente deles e disposto a “construir um governo poderoso, do povo, construir uma nova, ampla e poderosa maioria da Revolução Bolivariana”. Referiu-se também à necessidade de “empreender mudanças”, “renovar e dar novo impulso à revolução”. Nestes dois enunciados – a construção de nova, mais ampla e poderosa maioria política e a renovação e impulso ao processo revolucionário – podem estar a chave para a nova arrancada do chavismo, o que implica a consolidação e o aprofundamento das conquistas.
Em face de mais uma vitória da Revolução Bolivariana, as forças da oposição anunciaram sua disposição para fabricar crises, usando o apoio que obtiveram junto a quase metade do eleitorado, para questionar o resultado, turvar as águas e levar o país a mergulhar no que supõem ser o imponderável que lhes propiciaria empalmar o poder pela via do golpe.
Mas na Venezuela Bolivariana há fatores previsíveis a favor da neutralização e derrota de intentonas golpistas – a enorme capacidade de mobilização popular, a força das ideias do chavismo, a legitimidade da Constituição Bolivariana e a adesão das Forças Armadas Nacionais Bolivarianas à Revolução
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