Por Dedé Rodrigues.
Paralisação do governo dos EUA entra em seu sétimo dia
O fechamento parcial de agências federais dos Estados Unidos entra hoje em seu sétimo dia sem que se vislumbre uma solução a curto prazo devido à intransigência das partes envolvidas no conflito.
O presidente da Câmara de Representantes dos Estados Unidos, John Boehner, afirmou que não sabe quando terminará o atual bloqueio de recursos financeiros para o funcionamento do Governo.
Acrescentou que não permitirá que a Câmara de Representantes submeta à votação um projeto destinado a reabrir as agências federais sem que sejam incluídas provisões sérias sobre a redução de despesas governamentais.
Em uma entrevista ao programa dominical "This Week", da rede de televisão ABC, Boehner assinalou que o presidente Barack Obama é quem deve dar um novo incentivo às negociações sobre o tema.
Recusou também a possibilidade de aumentar o limite da dívida pública estadunidense, estabelecida por lei em US$ 16,6 trilhões e ultrapassada desde dezembro de 2012, sem que se estabeleça uma diminuição similar no orçamento federal.
A respeito, o secretário do Tesouro, Jack Lew, expressou ontem que o Congresso está brincando com fogo e deve aumentar o teto da dívida governamental, pois o Executivo sofrerá uma perigosa inabilitação para solicitar créditos.
Isto teria efeitos catastróficos, significaria que pela primeira vez, desde 1789, os Estados Unidos deixariam de pagar suas faturas por causa de uma decisão política, o que poderia derivar em uma crise econômica igual ou pior a de 2008, explicou o secretário.
Lew esteve presente em programas de debate político dominicais das emissoras NBC, CBS, ABC, Fox e CNN, quando restam onze dias para a data em que os Estados Unidos chegarão ao limite de endividamento autorizado, em 17 de outubro.
Enquanto isso, membros da Academia Americana de Pediatria (AAP) irão nesta segunda-feira ao Congresso, durante o recesso de sua reunião bianual, para chamar a atenção sobre os efeitos negativos do chamado "shutdown" para os interesses das crianças estadunidenses.
Porta-vozes da AAP disseram que a paralisação de atividades das agências federais por falta de recursos fez com que o Instituto Nacional de Saúde deixasse de atender novos pacientes para exames clínicos, inclusive crianças gravemente doentes.
No entanto, apesar destes cortes sociais, o Departamento de Defesa anunciou, este fim de semana, que ordenará a reincorporação a seus postos de mais de 350 mil funcionários civis que tinham ficado temporariamente sem emprego devido à crise.
Agências do governo estadunidense suspenderam suas funções não essenciais esta semana e outorgaram licença obrigatória sem salário a mais de 800 mil empregados, diante da falta de acordo para aprovar um orçamento para o ano fiscal 2014, que começou em 1 de outubro.
Fonte: Prensa Latina
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