quarta-feira, 30 de outubro de 2013

Em SP, Marina e Campos pedem diálogo a militantes

(por Sandro Ferreira)
O governador de Pernambuco e pré-candidato à Presidência, Eduardo Campos, e a ex-senadora Marina Silva pediram que os militantes da Rede Sustentabilidade e do PSB conversem para evitar divergências públicas. “É preciso disposição para escutar o outro”, disse a ex-senadora aos cerca de 120 militantes dos dois partidos, reunidos nesta segunda-feira em São Paulo.
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Campos afirmou que os adversários que torcem contra o sucesso da aliança do PSB com a Rede vão se decepcionar. “Se acham que vão me jogar contra a Marina, ou a Marina contra mim, ou que militantes vão disputar, estão completamente errados. Não estamos nesse jogo”, disse.


Nesta segunda, PSB e Rede fizeram o primeiro seminário conjunto para lançar as bases do programa de governo que será defendido pela candidatura presidencial da aliança para a disputa de 2014. Marina pregou que os partidos procurem se entender e trocar experiências para formar o programa: “Não é possível a troca na mesmice. Só é possível estabelecer a troca na diferença”.
Campos disse que “até dezembro” os partidos devem divulgar um documento conjunto de referência, com a visão geral dos encontros para subsidiar a campanha. O material deve ter três eixos principais: manter conquistas econômicas e sociais, mudar as práticas políticas em vigor e valorizar o desenvolvimento sustentável.
Durante a tarde, os militantes se reuniram em mesas de debate para reunir os pontos principais da conjuntura nacional que devem integrar o plano. “Dentro dessa ideia de plano de governo há lugar para a economia diversificada, há lugar para o desenvolvimento rural sustentável, para a agricultura familiar e para o extrativismo”, disse a ex-ministra.
Até o início de 2014, PSB e Rede promoverão cinco encontros regionais, no Norte, Nordeste, Centro-Oeste, Sudeste e Sul do país. Pelo menos dois deles serão ainda em 2013, segundo Campos. O governador disse que a aliança com Marina fez o PSB e a Rede “ganharem 2013” e que o debate sobre ideias e o programa primeiro e as estratégias eleitorais depois tornará possível “vencer o debate em 2014”.
Alianças - Campos disse que mantém encontros com o PPS, para possível formação de aliança. “Sexta-feira tive uma conversa com o Roberto Freire e foi muito positiva. É meu conterrâneo, meu amigo, já militamos juntos muitos anos e vamos fazer um debate com ele com tranquilidade. Ele está em processo de congresso interno do PPS e ao concluir esse processo interno de debate a gente vai poder seguir conversando, eu e a Marina com ele.”
O PSB tem apenas 1 minuto e oito segundos por bloco de 25 minutos na propaganda presidencial. Marina, porém, argumentou que a propaganda de massa não será preponderante nas eleições de 2014. “O Brasil tem sofrido um problema grave que é esse de reduzir o futuro do país a tempo de TV e palanque nos estados. O que vai determinar as eleições é uma nova postura. Não é tempo de TV nem recursos financeiros”, disse.
Ao ser questionada sobre as alianças que sustentam o governo de Pernambuco, Marina disse que “aliança programática não significa governar sozinho”.
“Se fosse uma gestão puramente fisiológica, ele não seria o governador mais bem avaliado do nosso país”, disse Marina. “Nenhum partido tem condição de governar sozinho. Nem é democrático. A diferença é quando isso é feito fora do programa.”
“É preciso fazer uma distinção entre a participação em cargos públicos só por ter filiação partidária”, disse Campos. “Se eu não tivesse mudado as práticas políticas, não teria 83% de aprovação no governo estadual. Não podemos achar que pessoa que tem filiação partidária não possa contribuir na gestão pública.”
O governador afirmou que “não negociou secretarias” no seu governo, com PP ou PR, por exemplo, partidos que deram sustentação à sua reeleição e ao segundo mandato.

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