quinta-feira, 17 de outubro de 2013

Aliança PSB-Rede reascendeu a esperança do brasileiro na política

(por Sandro Ferreira)
O presidente Nacional do PSB, governador de Pernambuco, Eduardo Campos, presidiu nesta quarta-feira (16) a primeira reunião do Diretório Nacional do partido com a presença da ex-senadora Marina Silva, recém filiada ao PSB. O ato reafirmou junto às lideranças e movimentos socialistas a aliança programática firmada entre o PSB e a Rede Sustentabilidade e, especialmente, a finalidade desta união – mudar a forma de fazer política no Brasil.
“Estamos recebendo a Rede como um partido e em todos os estados, numa relação de muito respeito e solidariedade”, anunciou Eduardo Campos. “Porque mesmo tendo o registro formal negado pela Justiça, a Rede para nós é um partido – tem programa, tem militância, tem lideranças reconhecidas. É como uma criança que já nasceu, só falta a certidão de nascimento”.


Também participaram da reunião do Diretório, como parceiros da Rede, o senador Pedro Simon (PMBD/RS) e o Deputado Federal Miro Teixeira (PROS/RJ), além do Deputado Federal Alfredo Sirkis (RJ) e de Pedro Ivo de Souza Batista, um dos coordenadores da Rede no DF, ambos filiados ao PSB no último dia 05 junto com Marina.
O líder do PSB no Senado, Senador Rodrigo Rollemberg (DF), e a Deputada Federal Luiza Erundina (PSB/SP) foram encarregados por Eduardo Campos de dar as boas vindas a Marina e à Rede. Erundina testemunhou que é fantástica a esperança que a aliança vem despertando nas pessoas em todos os estados. “As pessoas começam a acreditar de novo na política. Marina e Eduardo estão reascendendo os sonhos de quem, como eu, ainda tem a utopia de mudar o mundo, é uma união que vai valer toda a pena”, afirmou.
Rollemberg, por sua vez, saudou os novos companheiros enfatizando que a aliança PSB-Rede é a união de dois partidos que querem transformar a política brasileira. “Marina e Eduardo juntos formam uma unidade muito maior que a soma aritmética das intenções de voto em ambas as siglas”, ressaltou. “E o motivo é que vamos construir, a partir dessa união, uma aliança muito maior: a aliança PSB-Rede e a sociedade brasileira”. Rollemberg, assim com o senador Pedro Simon, está entre os que intermediaram o contato de Marina com Eduardo para a formação da aliança programática.
Pedro Simon revelou que conhece Marina “desde toda a vida” e que considera sua história de vida e atuação na política emocionantes e da maior grandeza. “A Justiça brasileira fez uma tremenda injustiça com a Rede que, ao contrário dos outros novos partidos que foram aprovados, tem alma, conteúdo e presença, com ampla e verdadeira militância”, sustentou. “É muito duro para quem tem um sonho desses levar uma paulada como essa. Mas Eduardo demonstrou, desde o início, sua grandeza e espírito público ao receber a Rede. Essa dupla é o fato mais verdadeiramente novo da política brasileira e já deu a linha do debate e da campanha que irão promover para mudar o Brasil”.
Eduardo - Eduardo Campos pediu a todos os dirigentes do PSB, em cada estado e município, a maior atenção e cuidado com o debate que será travado em conjunto pelas duas siglas daqui pra frente. Segundo ele, é esse envolvimento que irá viabilizar a “liga” da aliança com a sociedade. “Não podemos ter ingenuidade durante esse processo, porque a aliança PSB-Rede gera alegria e esperanças para muitos mas gera também desespero em outros”, alertou. “E a nossa forma de lidar com esse desespero é entendendo o fato histórico que estamos protagonizando e não perdendo de vista o debate do que queremos mudar neste país”.
O líder socialista admitiu que a luta não será fácil e que tanto ele quanto Marina estão sendo pressionados diariamente com provocações de todo tipo, que tentam colocar um contra o outro. “Estamos sendo sabatinados todos os dias desde 5 de outubro, na tentativa de levantarem algum problema entre nós. Isso não vai acontecer, é coisa de quem está fazendo a política com o olhar e a mente envelhecida”, assegurou.
De acordo com Campos, ele e Marina estão serenos, animados e focados para o grande desafio. “Sabemos que não será um caminho de rosas, mas é um caminho vitorioso – politicamente vitorioso. Porque ninguém duvida de que essa aliança é o maior feito político dos últimos tempos no Brasil”, atestou.
Marina – Lembrando que um dos pontos da agenda da aliança é a ideia de uma cultura de paz, Marina saudou o Vice-presidente Nacional do PSB, Roberto Amaral, o Primeiro Secretário Nacional, Carlos Siqueira, o deputado Beto Albuquerque e os senadores João Capiberibe, Antônio Carlos Valadares e Rodrigo Rollemberg. E em nome deles, todas as lideranças socialistas presentes.
Ela agradeceu especialmente a Rollemberg pelo apoio e a ação interposta no Supremo Tribunal Federal (STF) para combater o projeto casuístico que pretendia impedir a Rede de concorrer nas mesmas condições de tempo de rádio e TV que os demais partidos. “Isso nos possibilitou um tempo precioso para colhermos as assinaturas de que precisávamos para o registro como partido”, reconheceu.
Ao dirigir-se a Eduardo Campos, ela enfatizou mais uma vez a grande responsabilidade que ele assumiu ao aceitar a sua proposta de aliança programática “pelo Brasil que queremos” e pediu reforços aos socialistas. “Eu olho para esse jovem governador e vejo o que quis dizer Einstein: ‘Avistei mais longe do que muitos porque fiquei de pé em ombros de gigantes’”, citou. “Agora é a hora em que Eduardo irá precisar que cada um de vocês se torne um ombro a ajudá-lo a suportar o peso desse desafio”.
Marina Silva afirmou ainda que a melhor matéria-prima da política é a esperança e que sabe que o povo brasileiro está olhando com grande esperança para a aliança PSB-Rede mas, ao mesmo tempo, também com um pouco de desconfiança. “E é justa essa interrogação, porque as pessoas não querem mais somente um discurso político para ganhar a eleição, elas querem algo que venha de fato mudar as coisas”, ponderou. “Por isso não podemos perder de vista que esse esforço que estamos começando aqui é por uma nova maneira de caminhar na política. Vamos ficar de olho no que realmente importa no debate e ajudar nossa militância e lideranças a nos ajudar na construção do documento referencial que transformaremos em nosso conteúdo programático”.
Na mesma linha do socialista, Marina Silva também fez um alerta, citando um dos efeitos indesejáveis gerados pela recente aliança PSB-Rede. “Não podemos compactuar com as chantagens dos interesseiros no Congresso Nacional, que já ameaçam impedir a votação de projetos do Governo em troca de apoio nas eleições”, defendeu. “Nossas bancadas não podem deixar de votar os projetos que são de interesse do país”.
Segundo a ex-senadora, esse é justamente um dos reflexos da polarização da política no Brasil que o brasileiro não aguenta mais. “O povo está num fastio disso, eu gostaria muito que pudéssemos entrar num campo de debates com nossos opositores, e não num ringue de briga”, declarou. “Porque o nosso movimento não é contra ninguém, é a favor do Brasil”.

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