Postado por Dedé Rodrigues
A presidenta Dilma Rousseff, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e a ministra de Desenvolvimento Social e Combate à Fome, Tereza Campello, reuniram-se na manhã desta quarta-feira (30), no Ato de Celebração dos 10 anos do Programa Bolsa Família. Na solenidade, realizada no auditório do Museu Nacional, em Brasília, foram apresentados os números e a importância do programa que retirou 36 milhões de brasileiros da extrema pobreza.
Presidência da República
“O Bolsa Família mostra que o Brasil tem grande futuro e que o fim da miséria é só o começo”, disse a presidenta Dilma, ao iniciar o seu discurso, em que elogiou a iniciativa do ex-presidente Lula, respondeu às críticas ao programa e garantiu que o Bolsa Família vai continuar enquanto houver uma só família pobre neste país.
Dilma: O Bolsa Família é a porta de saída da miséria e a porta de entrada de um mundo de futuro e esperança.
"O Bolsa Família veio para ser a porta de saída da miséria e a grande porta de entrada de um mundo de futuro e esperança", disse a presidenta, para quem o programa criou um ambiente de esperança, com um futuro de oportunidades e atacou, no presente, a desigualdade.
E, em respostas às críticas do programa, ela disse que “ninguém que governou de costas para o povo tem legitimidade para atacar o combate à desigualdade que fizemos. Críticas não nos impedem de levá-lo à frente e nos comprometermos com um dos maiores objetivos de meu governo: eliminar a pobreza”, acrescentando que "só não entende o Bolsa Família quem não o conhece, ou quem, de forma obstinada, se recusa a entendê-lo".
Outros benefícios
A presidenta Dilma destacou os outros benefícios do programa, que não representa apenas repasse de valores monetários: 93% dos beneficiários são mulheres, que ganharam força e autonomia para prover suas famílias.
Os filhos dos beneficiários do Bolsa Familia, que são obrigados a frequentar a escola para ter direito ao benefício, têm taxa de aprovacão igual e de abandono da escola menor que a média dos demais alunos do país.
Segundo Dilma, “nunca tanta gente teve tantas oportunidades para seguir subindo na vida”, lembrando a oferta de 800 mil vagas de capacitação pelo Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec).
Dilma diz que “é um programa emancipador: em vez de fortalecer o Estado, fortalece o cidadão e constrói o poder feminino. É transferência de renda de nós que pagamos impostos para uma parte da população para a qual temos uma dívida”, explica a presidenta da República, afastando a pecha de ‘esmola’ dos críticos do programa.
"A transferência direta de renda por meio de cartão magnético permitiu ao romper com longa tradição de programas assistencialistas", afirmou, concluindo que “é um programa simples, construído de forma cuidadosa, que teve continuidade e ajudou o Brasil a desenvolver uma sofisticada tecnologia social”.
Lutador contra a fome
O ex-presidente Lula também discursou no evento, destacando todas as qualidades do programa. "Dinheiro investido em gente, em saúde, em alimentação não é gasto, é investimento", enfatiza Lula, se manifestando um lutador contra a fome. "Não existe nada mais feio do que a fome", afirmou.
Ele explicou que o programa, ao colocar pouco dinheiro na mão de muitos, serviu para alimentar pessoas, dinamizar investimentos e gerar empregos. “Este é um programa que acaba de completar dez anos, em um país onde a injustiça vem de cinco séculos", destacou Lula.
Para Lula, o Bolsa Família integrou ao Brasil pessoas que estavam marginalizadas do processo econômico e apartadas do processo social. “Quem nunca viu uma criança desnutrida pode tentar desqualificar o Bolsa Família, mas para a mãe que recebe o dinheiro, não é esmola, é um direito”.
Ele, a exemplo da presidenta Dilma, também respondeu às críticas ao programa. Lula destacou que muitas pessoas abriram mão de receber o benefício porque conseguiram educação, qualificação, emprego, e renda. Além disso, negou que o Bolsa Família estimule a preguiça, afirmando que os números do MDS contradizem essa ideia, pois 70% dos beneficiários têm emprego e usam o benefício para complementar a renda. “A crítica mais cruel dizia que o Bolsa Família estimula a preguiça e a vagabundagem", alertando que “é mais difícil vencer o preconceito do que vencer a fome”.
Prêmio internacional
Durante o evento, que foi aberto pela a Orquesta da Criança Cidadã, de Recife (PE), que executou o hino nacional, foi lançado o livro Os filhos deste solo: olhares sobre o povo brasileiro, que traz um artigo do ex-presidente sobre o Programa Bolsa Família.
Recentemente, o Bolsa Família recebeu da International Social Security Association (ISSA, Associação Internacional da Seguridade Social), sediada na Suíça, o prêmio que é considerado o “Nobel social”. Trata-se do “Award for Outstanding Achievement in Social Security”, algo como “Prêmio por Realização Proeminente na Seguridade Social”, mais conhecido como “Prêmio Issa”. Segundo o comunicado divulgado pela instituição, o Bolsa Família é “o maior programa desse tipo no mundo”.
Veja o ‘repente’ que comemora os 10 anos do Programa Bolsa Família:
De Brasília
Márcia Xavier
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