(por Sandro Ferreira)
O evento que marcou o apoio da corrente liderada por Gilson Guimarães a Bruno Ribeiro na disputa interna do PT se transformou em um rosário de justificativas.
A síntese do constrangimento. O ato que marcou o ingresso da corrente PT de Lutas e Massas (PTLM) na candidatura do advogado Bruno Ribeiro a presidente estadual do partido – comandado pelo integrante do Diretório Nacional, Gilson Guimarães –, nessa sexta-feira, na sede do PT estadual, se transformou em um rosário de justificativas.
Guimarães foi um dos petistas que incitaram a confusão ocorrida no auditório do Hotel Jangadeiro, em Boa Viagem, na comemoração dos 10 anos do partido no governo federal, em março. Motivo? A decisão da Executiva de chamar para compor a mesa do evento o deputado federal João Paulo Lima e Silva. O mesmo que estava sentado ao seu lado na tarde de ontem.
“Nós tivemos o entendimento, fizemos a reflexão de que chegou a hora de fazer um gesto à militância de que nossas afinidades são maiores do que as nossas divergências”, disse Guimarães, ao ser questionado sobre as bases de acordo firmado àquela altura, menos de 48 horas antes do Processo de Eleição Direta (PED). O ponto peculiar do anúncio ainda estava por vir: Gilson Guimarães apoia para presidente do PT no Recife Oscar Barreto. O grupo de João Paulo, Bruno Ribeiro e Humberto Costa está movendo uma ação de expulsão contra Oscar.
Tentando contornar a situação, o candidato a presidente estadual da sigla, Bruno Ribeiro, disse, em tom de eleito, que já na segunda-feira (11) irá procurar a deputada estadual Teresa Leitão para repactuar as relações internas. “Vocês tenham certeza que vou procurar cada liderança do PT para rediscutirmos a unidade, e vamos estar unidos em 2014. Com o apoio do PTLM nós estamos mais próximos de chegar ao que estamos discutindo desde o início do PED com a sociedade e a militância”, destacou Ribeiro.
Embora o apoio seja, segundo o próprio Bruno, decisivo para sua vitória, ele destacou que a adesão do PTLM era mais significativa para a unidade da legenda. “Eu comemoro esse apoio muito menos do ponto de vista eleitoral e muito mais pelo significado de mudança na conduta política até aqui”, afirmou. O ato foi na sede estadual do PT, onde, na porta do auditório, um cartaz fazia a propaganda da candidatura de Bruno.
O PT enfrenta um racha que vem desde o rompimento entre os ex-prefeitos João Paulo e João da Costa, que se aprofundou nas prévias do ano passado. Gilson Guimarães foi até à reunião do Diretório Nacional defender que Costa tivesse o direito de disputar a reeleição. Também foi à imprensa em diversas ocasiões para fazer críticas ao grupo da Construindo um Novo Brasil (CNB), principal avalista da candidatura de Bruno Ribeiro.
Como de praxe nos eventos encabeçados por Bruno Ribeiro, o principal alvo foi o PSB. Tanto Guimarães quanto Ribeiro atacaram a busca da hegemonia que norteia as ações políticas do partido liderado pelo governador Eduardo Campos.
REAÇÃO
Tranquila com a decisão de Gilson Guimarães, a deputada estadual Teresa Leitão recebeu a notícia – não sem surpresa, já que não sabia da adesão – demonstrando compreensão. Destacou que o discurso da unidade é parte de todas as discussões feitas por seu grupo político.
Tranquila com a decisão de Gilson Guimarães, a deputada estadual Teresa Leitão recebeu a notícia – não sem surpresa, já que não sabia da adesão – demonstrando compreensão. Destacou que o discurso da unidade é parte de todas as discussões feitas por seu grupo político.
“Gilson ouviu essa questão da unidade do nosso grupo. Tencionou muito para que essas unidade não existisse. Mas quero parabenizar pelo discurso. Se ele foi para fortalecer a nossa tese, que bom! Essa tesa é nossa. A tese de Bruno é de maioria política. Vamos continuar nosso trabalho. Vamos ganhar”, arrematou a deputada.
Também surpreso com o anúncio, o ex-prefeito João da Costa foi direto. Lembrou que Gilson já concedeu entrevistas se colocando como oposição. “Há quatro anos ele faz oposição a essa direção do partido. Quem tem que explicar é ele essa adesão. Cada um faz a opção política que lhe é mais conveniente. Ele é um bom companheiro. Mas domingo (amanhã) nós vamos ganhar e governar o PT”, concluiu.
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