(por Sandro Ferreira)
Diferentemente do encontro realizado pelo governador Eduardo Campos (PSB) no início deste ano, em Gravatá, os prefeitos que participaram da reunião desta segunda-feira (2) com a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) saíram frustrados e reclamando porque não foi liberado nenhum tostão para os municípios pernambucanos.
“Vim de muito longe, de bolsos vazios e vou voltar do mesmo jeito”, se queixou o prefeito de Petrolândia, do PR, sigla que integra a base de sustentação da presidente Dilma Rousseff (PT) no Congresso Nacional.
No mesmo tom, o prefeito de Pesqueira, Evandro Chacón (PSB), disse que, já que não pôde liberar recurso algum para os municípios, era para o Governo Federal ter colocado em discussão pontos importantes, como o aumento do FPM em 2% e os programas que pudessem resultar em convênios para cidades que estão com dificuldades de fazer parcerias com a União por conta da inadimplência. “Não vim iludido, já sabia que não iria haver nenhum gesto do governo em relação à liberação de recursos”, disse.
Na reunião que o governador Eduardo Campos realizou, todos os municípios pernambucanos receberam uma cota do Fundo Estadual de Desenvolvimento e Apoio aos Municípios (FEM), criado pelo governo estadual para socorrer gestões endividadas. No ato de hoje, o que se viu em Gravatá foi uma prestação de contas sobre o que o Governo Federal está fazendo no Nordeste e, em particular, em Pernambuco.
“O que vimos aqui não nos agradou; os programas foram os mesmos. Estamos em crise, sem condições ou com dificuldade para pagar o décimo terceiro salário. Do jeito que está, ou como foi conduzida essa reunião, não agradou a ninguém”, afirmou o presidente da Associação Municipalista de Pernambuco, José Patriota (PSB).
Quem saiu em defesa do Palácio do Planalto foram os senadores Armando Monteiro Neto (PTB) e Humberto Costa (PT). De acordo com o trabalhista, se não houve a liberação de recursos neste encontro é porque o governo está fazendo o aporte de verbas na prática, por meio de programas e decisões, entre estas, a liberação de uma cota extra do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) em setembro passado e outra a ser liberada em março do ano que vem, uma forma de compensar as perdas causadas pelos cortes da União.
“Se Dilma liberasse dinheiro aqui, iria ser tratada como uma ‘mamãe-noel’ e o objetivo deste encontro não era esse. O objetivo aqui foi de desengavetar projetos, recuperar programas e diminuir a burocracia que os prefeitos enfrentam em Brasília”, afirmou.
O senador Humberto Costa, por sua vez, disse que num evento como foi concebido este, não cabia medidas como a liberação de recursos através de convênios. “A preocupação do governo foi outra e em nenhum dos demais estados onde os ministros estiveram aconteceu qualquer tipo de liberação de recurso e em Pernambuco não seria diferente”, pontuou.
Segundo ele, caso a ministra Ideli Salvatti tivesse anunciado a liberação de novos recursos para os municípios, seria acusada de transformar um encontro técnico em palanque eleitoral com enfoque na reeleição de Dilma em 2014. “O governo teve a preocupação de não misturar a questão administrativa com a política”, concluiu.
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