segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Prefeitos saem frustrados de encontro em Gravatá

(por Sandro Ferreira)

Diferentemente do encontro realizado pelo governador Eduardo Campos (PSB) no início deste ano, em Gravatá, os prefeitos que participaram da reunião desta segunda-feira (2) com a ministra Ideli Salvatti (Relações Institucionais) saíram frustrados e reclamando porque não foi liberado nenhum tostão para os municípios pernambucanos.
“Vim de muito longe, de bolsos vazios e vou voltar do mesmo jeito”, se queixou o prefeito de Petrolândia, do PR, sigla que integra a base de sustentação da presidente Dilma Rousseff (PT) no Congresso Nacional.

No mesmo tom, o prefeito de Pesqueira, Evandro Chacón (PSB), disse que, já que não pôde liberar recurso algum para os municípios, era para o Governo Federal ter colocado em discussão pontos importantes, como o aumento do FPM em 2% e os programas que pudessem resultar em convênios para cidades que estão com dificuldades de fazer parcerias com a União por conta da inadimplência. “Não vim iludido, já sabia que não iria haver nenhum gesto do governo em relação à liberação de recursos”, disse.
Na reunião que o governador Eduardo Campos realizou, todos os municípios pernambucanos receberam uma cota do Fundo Estadual de Desenvolvimento e Apoio aos Municípios (FEM), criado pelo governo estadual para socorrer gestões endividadas. No ato de hoje, o que se viu em Gravatá foi uma prestação de contas sobre o que o Governo Federal está fazendo no Nordeste e, em particular, em Pernambuco.
“O que vimos aqui não nos agradou; os programas foram os mesmos. Estamos em crise, sem condições ou com dificuldade para pagar o décimo terceiro salário. Do jeito que está, ou como foi conduzida essa reunião, não agradou a ninguém”, afirmou o presidente da Associação Municipalista de Pernambuco, José Patriota (PSB).













Quem saiu em defesa do Palácio do Planalto foram os senadores Armando Monteiro Neto (PTB) e Humberto Costa (PT). De acordo com o trabalhista, se não houve a liberação de recursos neste encontro é porque o governo está fazendo o aporte de verbas na prática, por meio de programas e decisões, entre estas, a liberação de uma cota extra do Fundo de Participação dos Municípios (FPM) em setembro passado e outra a ser liberada em março do ano que vem, uma forma de compensar as perdas causadas pelos cortes da União.

“Se Dilma liberasse dinheiro aqui, iria ser tratada como uma ‘mamãe-noel’ e o objetivo deste encontro não era esse. O objetivo aqui foi de desengavetar projetos, recuperar programas e diminuir a burocracia que os prefeitos enfrentam em Brasília”, afirmou.
O senador Humberto Costa, por sua vez, disse que num evento como foi concebido este, não cabia medidas como a liberação de recursos através de convênios. “A preocupação do governo foi outra e em nenhum dos demais estados onde os ministros estiveram aconteceu qualquer tipo de liberação de recurso e em Pernambuco não seria diferente”, pontuou.
Segundo ele, caso a ministra Ideli Salvatti tivesse anunciado a liberação de novos recursos para os municípios, seria acusada de transformar um encontro técnico em palanque eleitoral com enfoque na reeleição de Dilma em 2014. “O governo teve a preocupação de não misturar a questão administrativa com a política”, concluiu.

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