O nosso Rei do Baião
Foi nosso artista maior
Que habitou o Sertão.
Cantou o nosso forró
E a seca que causa dó
Rachando a capa do chão.
Cantou nas “vozes da seca”
O protesto
NordestinoDo homem que passa fome
Vendo seu filho, menino
Definhando na sarjeta,
Mas recusando a gorjeta
De algum sulista granfino.
Cantou no “Meu Pajeú”
A vida do nosso irmão
Que viu na grande São PauloA vida do nosso irmão
Ouro e prata pelo chão.
Mas o dinheiro corria
Do seu alcance fugia
Como da cruz foge o “cão”.
Luiz contou a
história
Do vaqueiro do Sertão, Que no fim foi desprezado
Pelo seu próprio patrão
Pra morrer abandonado
Vendo o mugido do gado
E o latido do cão.
Fazendo a maior defesa
Da vida no continente.
Cantou a fauna e a flora
Pediu a nossa senhora
Para olhar por nossa gente.
Cantou a triste partida
Retrato da migração
Do sertanejo que parte
Pra distante do sertão.
Contou a vida sofrida
No relato da partida
Que partiu meu coração.
Dedé Rodrigues.
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