quinta-feira, 2 de maio de 2013

SP: Centrais comemoram, mas pedem mais avanços

1 de Maio de 2013 - 18h28

Mais uma vez a praça Campo de Bagatelle, na zona norte de São Paulo foi o cenário do ato unificado das centrais sindicais, neste 1º de maio. O ato foi organizado pela Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, Força Sindical, Nova Central e União Geral dos Trabalhadores e além das bandeiras de luta, comemorou os 70 anos da Consolidação das Leis do Trabalho – CLT.



Ana Flávia Marx
 Ato Unificado das Centrais Sindicais 2013Ato Unificado das centrais sindicais em São Paulo comemorou os 70 anos da CLT

Entre as bandeiras de luta, os sindicalistas que fizeram intervenção durante o evento falaram, principalmente, da jornada de 40 horas semanais sem redução de salários, do fim do fator previdenciário
e da importância 10% do PIB para educação, como investimento que pode contribuir com em outras áreas, como a violência.

Para o representante da CTB, o bancário e bahiano Adilson Araújo, a partir do governo Lula foi consagrado um círculo virtuoso de geração de emprego e ampliação de direitos e conquistas trabalhistas, mas esse avanço necessita de uma nova fase. “Precisamos trabalhar na expectativa de promover uma nova arrancada, que para nós do movimento sindical é crucial, estratégico e fundamental. Isso significa ter imediatamente uma mudança no curso da política econômica, continuar com a redução dos juros e gerar mais empregos, além de acabar com o fator previdenciário que rouba 40% do bolso do peão, das aposentadorias e pensões”.

Adilson defendeu ainda que o governo paute as reformas estruturais, como a reforma política para que os trabalhadores possam ocupar mais espaço no legislativo, além de promover mudanças no judiciário e pautar um novo marco de regulamentação da comunicação.

Relação com o Governo Dilma

O ministro-chefe da Secretaria-Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, representou a presidenta Dilma Rousseff e reafirmou o compromisso do governo com o movimento sindical.” Faça chuva ou faça sol, nós estamos ao lado dos trabalhadores”, disse.

Carvalho lembrou que antes dos governos de Lula e Dilma os sindicalistas sequer eram recebidos no Planalto e que os ministros nem apareciam nos atos das centrais sindicais. Além de falar da relação entre governo e o movimento sindical, o ministro também citou as manchetes de jornais que anunciou o reajuste acima da inflação de 86% das categorias profissionais.

“E mais, a taxa de desemprego do último mês, está em 6%. Vejam o que está acontecendo na Europa, lá a taxa de desemprego entre os jovens é de mais de 40%. Não é a toa, é que aqui nós temos um governo que está cuidando disso”.

Sobre a inflação, Carvalho disse que a “presidenta Dilma zela como uma leoa, em defesa dos trabalhadores, para que a inflação não coma os nossos salários”.

Outro membro do governo federal, Manoel Dias, do Ministério do Trabalho, destacou que a CLT ainda é o principal marco regulatório das relações de trabalho no Brasil. “Assim como a CLT, outras conquistas foram fruto da unidade, do esforço e de lutas históricas dos trabalhadores”.

Mais Diálogo

O presidente do Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo, Miguel Torres, reclamou da falta de interlocução direta entre o movimento sindical e a presidenta Dilma. “Estamos incomodados com a falta de diálogo com o governo federal. Em dois anos de governo Dilma, tiveram 107 reuniões com empresários e apenas 11 reuniões com os trabalhadores”.

Quem representou o PCdoB no ato foi o deputado estadual Alcides Amazonas, que também reforçou que as pautas trabalhistas e o movimento sindical tenha as suas bandeiras de luta atendidas por parte do governo federal.

“A Dilma tem que continuar dialogando com os empresários progressistas, mas também precisa manter o diálogo com os trabalhadores. Nesses últimos dez anos nós tivemos conquistas importantes, mas é necessário avançar mais e pautar a redução da jornada de trabalho e o fim do fator previdenciário”, defendeu Amazonas.

Aumento do Piso Municipal

O prefeito Fernando Haddad também passou pelo palco das centrais e anunciou o aumento do piso para a categoria do servidor municipal.

“Nós demos o aumento hoje do piso de 79,8% para todo serviço público municipal de São Paulo. São com medidas como essa que a gente demonstra que o trabalhador, sobretudo o trabalhador que ganha menos, vai ser valorizado pelo poder público”.

De São Paulo,
Ana Flávia Marx

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