Os casos de corrupção envolvendo as altas esferas do poder econômico e do poder político, tornaram-se tão frequentes que a figura do ranking está já a ser utilizada, para classificar os países como se de um índice macro econômico se tratasse. Nesse ranking Portugal ocuparia a 34.ª, posição o que não seria assim tão mau.
Por Albano Nunes, no Jornal Avante
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Além da prisão preventiva de José Sócrates, há “outros casos de dirigentes políticos europeus envolvidos em questões legais por corrupção ou práticas semelhantes”, lembrando figurões como Andreotti, acusado pelas suas ligações com a Máfia, já falecido, ou Berlusconi e Sarkozy que, apesar de todos os escândalos, continuam em plena atividade política, com o último a posicionar-se para regressar à chefia do Estado francês.
Sem ajuizar sobre as intenções de tais notícias, que com frequência tendem a relativizar situações, diluir responsabilidades, banalizar comportamentos, derivar para o terreno moral questões que na sua essência são de natureza política e de classe, o que aqui se quer evidenciar é algo que a comunicação social enfeudada ao capital sempre procura esconder. Ou seja, que no caso da atualidade portuguesa a raiz do problema reside na própria política de direita que, como o Secretário-geral do Partido Comunista Português tem sublinhado, é semente e adubo do rol de casos de corrupção que têm vindo a público. E que, falando de corrupção, é da própria natureza do capitalismo que estamos a falar, um sistema fundado na exploração, na corrida ao máximo lucro, na concorrência desenfreada, nos valores do individualismo e do salve-se quem puder, um sistema que permanentemente alimenta comportamentos ilícitos, imorais (mas vulgares e perfeitamente aceitáveis à luz da moral burguesa) e criminosos.
Nada disto é novo. Foi desvendado por Marx na sua análise do capitalismo. E Lênin, ao caracterizar o imperialismo, sublinhou que a fusão do capital bancário e do capital industrial dando lugar ao capital financeiro e à crescente fusão do poder econômico e do poder político, acentuariam, necessariamente, a natureza exploradora e a decadência do sistema. Hoje, quando devido ao desaparecimento da URSS e do socialismo como sistema mundial as taras e contradições do capitalismo se manifestam livremente, e quando o processo de acumulação capitalista evidencia com nitidez os efeitos da lei da baixa tendência da taxa de lucro, assistimos à ascensão sem freios do domínio do capital financeiro (acentuado por uma crise cíclica de sobreprodução e sobreacumulação que se prolonga sem fim à vista) com a aceleração do carácter especulativo, rentista e predador dos grandes grupos econômicos e financeiros que dominam a economia mundial.
A corrupção é sistémica. É algo inerente ao funcionamento do sistema capitalista. Não se toca nos offshore nem se avança sequer na taxação dos movimentos de capitais especulativos porque isso não é compatível com a prática generalizada de favores, de luvas, de branqueamento de capitais indispensáveis aos grandes negócios que, num quadro de aguda concorrência inter-monopolista e inter-imperialista, vão do armamento e da droga à privatização dos serviços públicos. A questão, tendo um óbvio componente moral, geralmente agitado pela classe dominante para promover salvadores “impolutos” e soluções antidemocráticas, é sobretudo uma questão política e constitui uma razão mais para a luta pela alternativa ao sistema capitalista, o socialismo e o comunismo.
Sem ajuizar sobre as intenções de tais notícias, que com frequência tendem a relativizar situações, diluir responsabilidades, banalizar comportamentos, derivar para o terreno moral questões que na sua essência são de natureza política e de classe, o que aqui se quer evidenciar é algo que a comunicação social enfeudada ao capital sempre procura esconder. Ou seja, que no caso da atualidade portuguesa a raiz do problema reside na própria política de direita que, como o Secretário-geral do Partido Comunista Português tem sublinhado, é semente e adubo do rol de casos de corrupção que têm vindo a público. E que, falando de corrupção, é da própria natureza do capitalismo que estamos a falar, um sistema fundado na exploração, na corrida ao máximo lucro, na concorrência desenfreada, nos valores do individualismo e do salve-se quem puder, um sistema que permanentemente alimenta comportamentos ilícitos, imorais (mas vulgares e perfeitamente aceitáveis à luz da moral burguesa) e criminosos.
Nada disto é novo. Foi desvendado por Marx na sua análise do capitalismo. E Lênin, ao caracterizar o imperialismo, sublinhou que a fusão do capital bancário e do capital industrial dando lugar ao capital financeiro e à crescente fusão do poder econômico e do poder político, acentuariam, necessariamente, a natureza exploradora e a decadência do sistema. Hoje, quando devido ao desaparecimento da URSS e do socialismo como sistema mundial as taras e contradições do capitalismo se manifestam livremente, e quando o processo de acumulação capitalista evidencia com nitidez os efeitos da lei da baixa tendência da taxa de lucro, assistimos à ascensão sem freios do domínio do capital financeiro (acentuado por uma crise cíclica de sobreprodução e sobreacumulação que se prolonga sem fim à vista) com a aceleração do carácter especulativo, rentista e predador dos grandes grupos econômicos e financeiros que dominam a economia mundial.
A corrupção é sistémica. É algo inerente ao funcionamento do sistema capitalista. Não se toca nos offshore nem se avança sequer na taxação dos movimentos de capitais especulativos porque isso não é compatível com a prática generalizada de favores, de luvas, de branqueamento de capitais indispensáveis aos grandes negócios que, num quadro de aguda concorrência inter-monopolista e inter-imperialista, vão do armamento e da droga à privatização dos serviços públicos. A questão, tendo um óbvio componente moral, geralmente agitado pela classe dominante para promover salvadores “impolutos” e soluções antidemocráticas, é sobretudo uma questão política e constitui uma razão mais para a luta pela alternativa ao sistema capitalista, o socialismo e o comunismo.
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