(por Sandro Ferreira)
A uva "sweet sapphire" (safira doce, em inglês) é uma novidade no mercado brasileiro que está ficando conhecida como dedo-de-moça, por lembrar o formato da pimenta de mesmo nome.
Uma uva negra, com formato diferente e muito doce está chamando a atenção no mercado das principais capitais brasileiras.
A "sweet sapphire" (safira doce, na tradução do inglês), que está ficando conhecida como uva dedo-de-moça --por ser alongada como a pimenta de mesmo nome--, é uma variedade sem sementes.
Originária da Califórnia (EUA), é produzida no país em Petrolina (PE), pela Fazenda Labrunier, do Grupo JD, que a distribui para redes de supermercados, como Walmart e Carrefour, e para fornecedores da Ceagesp (Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo), além de exportá-la para a Inglaterra.
A variedade pode ser encontrada com mais facilidade em bairros nobres de São Paulo e Rio de Janeiro, e em capitais das regiões Nordeste e Sul.
A uva começou a ser testada no país há três anos, passou a ter produção comercial no ano passado e agora chega aos consumidores em maior quantidade.
Mas o volume de produção ainda é pequeno, quando comparado ao de variedades mais conhecidas. São cerca de 400 toneladas por ano, metade destinada à exportação.
De acordo com Daniel Watanabe, diretor comercial da Labrunier, a "sweet sapphire" ocupa 15 dos 882 hectares de plantios da empresa, especializada na produção de uvas sem sementes.
A uva thompson, uma variedade mais conhecida, em comparação, é plantada em 100 hectares, com colheita de 2.000 toneladas.
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Valdemir Rocha dos Santos, dono do Hortifrúti AMA, deve vender cerca de 300 quilos de uva dedo-de-moça na Ceagesp.
A uva é vendida a estabelecimentos de menor porte e a comerciantes do Mercado Municipal Paulistano, conhecido como Mercadão. "As bancas de lá adoram essas novidades", diz.
O preço é mais alto do que o de uvas sem sementes mais conhecidas, como as variedades thompson e crimson. Na Barraca do Juca, no Mercadão, cada quilo da dedo-de-moça é vendido ao consumidor final a R$ 39,90. O quilo da uva thompson sai por R$ 18,90.
"A ideia é que novas uvas sem sementes substituam, em parte da área de produção, as que já estão no mercado, dando mais opções aos clientes", afirma Watanabe, que já tem mais 13 tipos da fruta nas fazendas Labrunier.
A produção da "sweet sapphire" acontece de maio a novembro, segundo ele, mas pode ser encontrada no mercado ao longo do dezembro.
Embrapa lança nova variedade sem sementes
A Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) lançou no mês passado a variedade isis, o quinto tipo de uva sem sementes criada a partir de pesquisas do órgão. As outras são clara, linda e morena, lançadas em 2003, e vitória, no ano passado.
Alexandre Hoffmann, chefe adjunto de Transferência de Tecnologia da Embrapa Uva e Vinho, em Bento Gonçalves (RS), disse que todas elas foram desenvolvidas em Petrolina (PE).
Segundo ele, o aumento do consumo de uvas sem sementes no Brasil provocou o crescimento da produção da fruta na região de Petrolina. Antes desse movimento, a maior parte da produção se destinava à exportação.
"Isso significa que o consumidor, hoje, tem mais acesso a produto de maior qualidade que há poucos anos, quando só o encontrava com alto preço e importado", afirmou.
De acordo com Hoffmann, em 2012 foram produzidas no Brasil 1,5 milhão de toneladas de uvas com e sem sementes, sendo 600 mil toneladas destinadas ao consumo in natura.
fonte: Priscila Tieppo - Do UOL, em São Paulo - 04/12/2013
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