Milhares de pessoas tomaram as ruas do centro de Porto Alegre nesta terça-feira, 19, para a marcha de abertura do Fórum Social Mundial Temático, que comemora 15 anos. A diversidade de bandeiras e causas, tradicional no evento iniciado em 2001, marcou a caminhada. Porém, num momento marcado pela forte ofensiva de setores conservadores no Brasil e na América Latina, a tônica do ato foi a defesa da democracia e dos direitos dos povos.
O ministro do Trabalho e da Previdência, Miguel Rossetto, representou a Presidência da República durante o ato. "O Brasil é uma experiência concreta de que mudanças são possíveis. Ao longo dos últimos anos, avançamos na democracia, 40 milhões de brasileiros saíram de uma condição de pobreza e de miséria; conseguimos fazer crescimento econômico com inclusão social, mais de 20 milhões de empregos foram criados e avançamos na igualdade de negros, mulheres, juventude”, disse.
Para Rossetto, neste momento as tarefas são claras: “resistir, preservar as nossas conquistas e avançar em direção a mais democracia, liberdade e justiça, avançar naquilo que foi um chamamento corajoso naquele momento, em 2001, quando o Fórum foi criado, e que renovamos aqui: outro mundo é possível e este mundo é de mais justiça, igualdade e liberdade”.
Ao portal Vermelho, Rossetto ressaltou que o FSM “é um movimento de resistência democrática e não de recuo. Fomos vitoriosos em 2015 e com participação social, unidade popular e unidade democrática, vamos definitivamente derrotar a agenda do impeachment, uma agenda anti-nacional”.
Questionado sobre a insatisfação de setores dos movimentos sociais, em especial da área sindical, com os rumos da política econômica, Rossetto disse serem "manifestações legítimas” de segmentos que apresentam pautas importantes de crescimento econômico, geração de emprego e ampliação de programas sociais. "Temos mantido diálogo permanente com estes setores, uma relação de profundo respeito”. O ministro disse ainda que "é dever do governo dar continuidade à agenda dos últimos anos no país, e evidentemente esta continuidade levará em consideração um ambiente de maior restrição internacional. Este é um novo tempo, com novos desafios, mas é nossa responsabilidade encontrar, nesses momentos de maior restrição, espaço para uma agenda de retomada do crescimento”.
Para o ministro, ter uma imprensa democrática significa ter uma mídia plural, uma imprensa com controle social, não no sentido de controle conteúdo, é evidente, mas no sentido de evitarmos a concentração econômica e estimularmos a pluralidade”.
Também estiveram presentes ao ato-show o ex-governador do RS, Olívio Dutra; os presidentes nacional e estadual da CTB, Adilson Araújo e Guiomar Vidor; a presidenta da UNE, Carina Vitral; o dirigente da área internacional da CUT, Ariovaldo de Carmargo, a vereadora Jussara Cony; as dirigentes nacionais da UBM, Liége Rocha, e da Conam, Bartiria Lima.
De Porto Alegre,
Priscila Lobregatte
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