domingo, 31 de janeiro de 2016

O PRINCIPAL PROBLEMA DO BRASIL NÃO É A CORRUPÇÃO





REFLEXÃO DA SEMANA Nº 43



Por Dedé Rodrigues



Bom dia meus amigos e minhas amigas ouvintes do Programa Tabira em Tempo. Na semana que passou o Programa da Rádio Cultura com Júnior Alves, Show da Tarde,  realizou uma enquete perguntando qual era o principal problema do Brasil, não tenho o resultado dela nesse momento, mas  segundo pesquisa encomendada pela FIESP, divulgada esta semana que passou, 65% dos brasileiros têm como sua maior preocupação a corrupção. Claro que isso nada mais é do que a influência da mídia golpista, tendo a  Rede Globo a frente,  que botou essa opinião equivocada na cabeça de boa parte dos brasileiros. Mesmo tendo a epidemia da dengue, chikungunya e zica vírus como o problema imediato maior, defendo a tese de que a principal preocupação do Brasil atual não devia ser a corrupção, mas a má distribuição de renda geradora da corrupção e de outros males que padece a  sociedade moderna. 
  

A pesquisa, que teve a autoria de Pedro Herculano Guimarães Ferreira de Souza, sob orientação de Marcelo Medeiros, todo dois do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e da Universidade de Brasília (UnB), constata a má distribuição de renda no Brasil a partir de 1928.  Depois de um intenso estudo eles chegaram a uma das conclusões de que entre 2006 e 2012, o 1% mais rico concentrava mais renda, comparativamente, do que toda a metade mais pobre da população.

No mundo,  pesquisa recente divulgada pela  OXFAM,  dá conta de que  1% das pessoas mais ricas detêm mais riqueza que as demais 99%. No mesmo estudo, constatou-se que apenas 62 multimilionários têm riqueza equivalente à da metade da população do planeta.

A dialética marxista compreende o mundo como um complexo de processos e a base material  ou seja a economia, tem uma influência maior nos demais fenômenos. Além disso, os fenômenos sociais  estão relacionados e não  podem ser compreendidos de forma isolada. 

Nesse sentido os fenômenos sociais da corrupção, da saúde, da epidemia da dengue, a má qualidade da educação, o crescimento da violência, etc. Não podem ser compreendidos profundamente  desligados um dos outros e, principalmente, desligados da questão da distribuição de renda no Brasil. 

Quando defendo a tese de que a má distribuição de renda é o principal problema do país, longe de mim, querer menosprezar o problema da corrupção, nem fechar os olhos para ela atualmente . Mas é bom conhecer a História do Brasil para saber que a corrupção se desenvolveu juntamente com o desenvolvimento do capitalismo, sistema excludente, irracional e predatório. Como a base material determina a base espiritual, a nossa economia com base no trabalho escravo, no saque do ouro, na exploração do café, do açúcar etc.  Alimentou a corrupção desde o período colonial, passando pelo coronelismo corrupto e produzindo governos  patrimonialistas que administraram sempre a coisa pública como se fosse privada. Essa situação produziu uma elite conservadora e atrasada que sempre utilizou o poder econômico para decidir as eleições com a compra de votos e, no geral, impediu ou interrompeu,  a ascensão e a permanência  de governos mais progressistas,   como os governos de  Vargas e o de  João Goulart.

 Agora a mídia e os herdeiros desta mesma elite  combatem abertamente os dois  governos que mais distribuíram renda na história deste país. Os dois governos mais transparentes,  mais democráticos, que mais combateram a corrupção, como foi o governo de Lula e está sendo o de Dilma.  Desde algum tempo, aliada com a justiça parcial e a oposição “direitista, tucana e demista” a mídia golpista continua  tocando  o samba de uma nota só, corrupção, corrupção e corrupção. Mais recentemente eles fecharam o cerco ao presidente Lula, até com a produção de calúnias sistemáticas de corrupção.    

Segundo  Paulo Nogueira, no blog Diário do Centro do Mundo, emDesigualdade é muito pior que a corrupção,  ele escreveu recentemente:   

No Brasil, um país assolado por uma desigualdade abjeta há séculos, este não parece ser um problema grave. Ora, ora, ora. Quantas vezes você viu jornais e revistas fazerem uma campanha por uma sociedade mais igualitária? Nunca. Quantas vezes você vê denúncias de corrupção, todas, aliás, voltadas contra um lado só, e muitas delas sem nenhuma consistência?
Inúmeras! Isso ocorre por uma conveniência mesquinha das famílias que controlam a imprensa. Elas são beneficiárias da desigualdade. Lucram com ela, e copiosamente. A família mais rica do Brasil é a Marinho.
Atacar a desigualdade significa extirpar privilégios dos barões da mídia e da classe que representam e defendem. Portanto, nem uma palavra. Focar na corrupção é desviar o foco da real tragédia brasileira”. Não à toa, os países menos corruptos do mundo, os escandinavos, são também os mais igualitários.” Em outras palavras, os que mais distribuem renda.  Muito obrigado!


Nenhum comentário:

Postar um comentário