(por Sandro Ferreira)
Em 22 de março se comemora o Dia Mundial da Água, a data foi criada pela Organização das Nações Unidas (ONU) em 1992 e é destinada à discussão sobre os diversos temas relacionados a este importante bem natural. Para as famílias agricultoras do semiárido, que atravessaram em 2012 e ainda sentem em 2013 os reflexos da estiagem mais severa dos últimos 30 anos, esta data tem um significado a mais: o da valorização das experiências que permitem a convivência nos momentos em que a água é extremamente escassa.
No Curimataú Paraibano o casal Eliete e Luiz Souza vive em uma propriedade de 35 hectares, no Sítio Salgado de Souza, município de Solânea. A cada estiagem a família foi aprendendo que, para conviver com a realidade do semiárido, era preciso “trabalhar” com a natureza. E observando a caatinga, foram construindo estratégias para estocar água, sementes e alimento para a família e para os animais.
Segundo José Camelo da Rocha, coordenador do núcleo de recursos hídricos da AS-PTA, que acompanha as experiências das famílias como a de Eliete e Luiz Souza, as implementações estruturantes (como as cisternas) e o conhecimento acumulado das famílias, associados aos programas de governo como o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA), Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), Bolsa Família, etc., têm dado um significado diferente às secas: “o conjunto das ações trouxe segurança alimentar às famílias e uma maior resiliência aos seus sistemas produtivos, além de gerar autonomia à medida que as famílias vão aumentando a sua capacidade de estocar água nas cisternas, nas barragens subterrâneas ou nos tanques de pedra, fazem suas silagens, organizam bancos de sementes familiares, etc.”.
“O mais interessante é que os agricultores perceberam que não basta só armazenar e fazer um bom uso da água para conviver com a estiagem, mas armazenar um conjunto de recursos que juntos, permitem à família atravessar com mais dignidade o período de seca: estabilizando a produção, produzindo alimentos e gerando mais renda para as famílias agricultoras ”, observa Emanoel Dias, técnico da AS-PTA.
Assista uma matéria sobre o tema, produzida na região do Polo da Borborema pelo Globo Rural:
fonte: www.aspta.org.br
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