quarta-feira, 27 de março de 2013

Jornada de Lutas da Juventude quer 10% do PIB para a educação


Nesta terça-feira (26), mais de 30 movimentos sociais participaram, na cidade de São Paulo, do ato da Jornada Nacional de Lutas da Juventude Brasileira, que é uma sequência de ações para que os jovens apresentem reivindicações. A principal delas é a destinação de 10% do PIB para a educação. A jornada este ano está sendo realizada pela primeira vez de forma unificada, entre os dias 21 de março a 11 de abril com uma série de atos por todo país.


Fernando Donasci/UOL
Em manifestação no centro de São Paulo, estudantes protestam durante a Jornada de Lutas organizada
pela UNE

Os manifestantes - ligados aos movimentos sociais de educação, cultura, religião, trabalho, gênero, questão racial, meio ambiente e direito à terra - começaram a passeata na Praça da Sé, de onde saíram em passeata pelas ruas do centro da cidade, passaram pela sede da prefeitura e terminaram na Praça da República.


As lutas em São Paulo são pela reserva estadual de vagas “Cotas sim, Pimesp não”, passe livre para o estudante prounista e o combate ao extermínio da juventude negra.

De acordo com uma das representantes da União Nacional dos Estudantes (UNE), principal organizadora da jornada, Virgínia Barros, a principal bandeira é a destinação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB), 50% do Fundo Social do Pré-Sal e 100% dos royalties do petróleo para a educação. “Não há como pensar no combate às mazelas sociais, no combate às desigualdades e à violência, e no fortalecimento da nossa soberania sem pensar na melhoria da educação. Hoje, se investe menos de 5% do PIB nessa área”.

Ela lembrou que o projeto de lei que determina a destinação de 10% do PIB para a educação foi aprovado na Câmara dos Deputados em 26 de junho de 2012 e agora tramita no Senado. “Essa passeata é também para pedir que o Senado confirme essa medida que já foi aprovada na Câmara. Acreditamos que podemos garantir isso por meio dessa riqueza que vem crescendo no Brasil com a descoberta do petróleo abaixo da camada do pré-sal no litoral brasileiro. Acreditamos que essa nova riqueza tem que servir para combater as desigualdades e melhorar a vida do povo”.

O grupo também defende a reforma agrária, reforma política, trabalho digno para a juventude, a democratização dos meios de comunicação e o fim do extermínio da juventude negra. “Temos aqui jovens do campo, da cidade, universitários, secundaristas, pós-graduandos e todos estamos reunidos para lutar por um país melhor, mais justo, por reformas democráticas para o nosso país e por políticas que possam garantir mais direitos para a nossa juventude”.

Virgínia explicou que a luta da jornada é a de que se conquiste mais verbas para a educação e que esses recursos possam ser utilizados para o combate ao analfabetismo e na universalização do acesso à educação. “Com a melhoria da educação básica também poderemos universalizar o acesso ao ensino superior. Hoje, menos de 15% dos jovens entre 18 e 24 anos entram na universidade. Isso representa um atraso social profundo para o nosso país”.
Fernando Donasci/UOL
Estudantes pedem aumento do investimento em educação pública, reivindicam 10% do PIB, 100% dos royalties do petróleo para educação, defende a adoção de cotas nas universidades públicas paulistas, mas critica o Pimesp

A UNE e os outros grupos defendem ainda que o dinheiro seja usado para a qualificação dos profissionais da educação, melhoria da estrutura das escolas e universidades, mais investimento em pesquisa, extensão e assistência estudantil.

Estão previstas grandes mobilizações em mais dez capitais brasileiras: Manaus, Belém, Fortaleza, Recife, Salvador, Brasília, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Curitiba e Porto Alegre. 

Participam desta Jornada: Associação Brasileira de Lésbicas, Gays, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT); Associação Nacional de Pós-Graduandos (ANPG); Sindicato dos Professores do Ensino Oficial do Estado de São Paulo (Apeoesp); Associação Cultural B; Centro de Estudos Barão de Itararé; Confederação Nacional das Associações de Moradores (Conam); Conem; Consulta Popular; Ecosurfi; Coletivo Nacional de Juventude Enegrecer; Federação dos Estudantes de Agronomia do Brasil (Feab); Federação Paulista de Skate; Fora do Eixo; Juventude da CTB; Juventude da CUT; Juventude da Contag; Juventude do PSB; Juventude do PT; Juventude Pátria Livre; Levante Popular da Juventude; Marcha Mundial das Mulheres; Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST); Nação Hip Hop Brasil; Pastoral da Juventude; Pastoral da Juventude do Meio Popular (PJMP); Rede Ecumênica da Juventude (Reju); Rede da Juventude pelo Meio Ambiente e Sustentabilidade (Rejuma); União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes); União Brasileira de Mulheres (UBM); União da Juventude Socialistas (UJS); União Nacional dos Estudantes (UNE); Via Campesina.

Com informações da EBC


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