A líder do PCdoB na Câmara, deputada Manuela d´Ávila (RS), reuniu líderes e vice-líderes de oito partidos com representação na Câmara, na manhã desta terça-feira (19), para discutir a proposta de votação da reforma política marcada para os dias 9 e 10 de abril. “Nós reunimos aqui oito partidos com a mesma preocupação, que a reforma politica seja votada não de forma fatiada, e que seja democrática”.
Richard Silva
Os líderes partidários saíram da reunião com o objetivo de unificar o discurso com os deputados de suas bases e, nesta quarta-feira (20), em reunião com o presidente da Câmara, deputado Henrique Alves (PMDB-RN), apresentar suas preocupação.
O objetivo é evitar que o fim das coligações nas eleições proporcionais seja votada em primeiro lugar.
“Vamos adotar uma série de procedimentos, que será discutida com a presidência da Câmara”, anunciou Manuela, explicando que a proposta é alterar a ordem de votação das matérias. Ela destaca que as questões técnicas podem parecer incompreensível aos olhos do leigos, mas pode definir se a votação da reforma política será “uma farsa ou uma verdade”.
O objetivo é evitar que a PEC (Proposta de Emenda à Constituição) que acaba com as coligações nas eleições proporcionais seja votada em primeiro lugar, “porque nós sabemos que esse é o objetivo que unem os grandes partidos. Essa é a reforma política que eles querem”.
“Nós queremos uma reforma de verdade, que transforme as eleições, para ter ideias debatidas de maneira mais clara e as pessoas sejam menos mais importantes e as ideias e partidos sejam mais relevantes”, explica a líder comunista. E acrescenta: “Isso significa uma reforma política diferente da que nós estamos sentindo que vai ser votada”.
Para Manuela, se o financiamento exclusivo público de campanha e a lista preordenada forem votados antes, pode garantir a continuidade das votações. Caso contrário, sendo votado primeiro a PEC do fim das coligações, é possível que a reforma política se resuma a essa mudança pontual.
“Há anos a gente vê clima de votação para reforma política, mas na prática são votadas minirreformas, sempre com tendência de votação de detalhes, que excluem os pequenos partidos, que não apresentam ameaças à democracia e nem representam problemas para vida política brasileira”, afirma a deputada.
Segundo ela ainda, “muitos partidos têm pontos em comum, uns defendem financiamento exclusivo público de campanha; outros coincidência de mandatos”, diz, reafirmando que não existe uma proposta de consenso, o consenso existe apenas na ideia de que o assunto exige um debate profundo sobre as mudanças a serem implementadas na vida político-eleitoral do país. “Todos tem uma coisa em comum: que o debate sobre a reforma política seja um debate profundo”, conclui a parlamentar.
Participaram da reunião na Liderança do PCdoB, que convocou a reunião, líderes do PSB, PDT, PTB, PRB, PSD, PSC e DEM.
De Brasília
Márcia Xavier
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