domingo, 10 de março de 2013

Aniversário de 33 anos do PT é marcado por bate-boca, tapas e empurrões

O choque entre os militantes abafou a festa, um dia depois de a presidente Dilma anunciar a redução de tributos para a cesta básica (Aline Moura/DP/D.A Press)
O choque entre os militantes abafou a festa, um dia depois de a presidente Dilma anunciar a redução de tributos para a cesta básica

“As feridas ainda estão abertas”. Foi dessa forma que o deputado federal Fernando Ferro resumiu, na noite de sábado (9), o clima interno do PT pernambucano, que ainda não se recuperou da derrota sofrida nas eleições passadas. A frase dita por Ferro refletia todo o constrangimento ocorrido no primeiro ato realizado pelo PT estadual, com a presença dos ex-prefeitos João da Costa e João Paulo. O evento, que foi programado para festejar os 33 anos do PT e os dez anos do governo petista no Brasil, foi marcado por bate-boca, empurrões e tapas. 

Os dois caciques petistas não se envolveram, ficaram inclusive longe um do outro, mas a militância partidária, igualmente dividida, se estranhou. O choque entre os militantes abafou a festa, realizada justamente um dia depois da presidente Dilma Rousseff anunciar a redução de impostos para a cesta básica.  

O evento tinha tudo para dar certo, mas o PT mais uma vez jogou contra si mesmo. O bate-boca começou porque João da Costa e o presidente municipal do PT recifense, Oscar Barreto, não foram chamados para fazer parte da mesa do evento. O ex-prefeito chegou por último, sentou-se no lado esquerdo discretamente do auditório, mas seus aliados não engoliram a ausência de gestos.  Alguns petistas ainda chegaram para reclamar com os organizadores, mas, como não houve consenso e as regras permaneceram, começaram a questionar a democracia interna da sigla.  

A confusão começou logo após o senador Armando Monteiro Neto e o ex-deputado federal André de Paula, respectivamente presidentes estaduais do PTB e PSD, desejarem “vida longa” ao PT e falarem sobre a importância do partido para o estado e para o Brasil. André de Paula, que foi já presidente do extinto PFL, chegou a discursar sobre a importância do PT, que tinha marcado sua vida política mesmo estando em campo tão oposto. Mas nem isso foi suficiente para os petistas conviverem com as diferenças. 

“Fui adversário democrático do PT e posso dizer que, se o PT não foi uma das melhores coisas que surgiram na política, será uma delas”, disse André de Paula, para logo depois ser surpreendido por cenas de gritaria e discussão entre os próprios petistas.

Pouco depois de André de Paula falar e Armando Neto pedir licença para deixar o evento, um dos militantes começou a gritar, sem respeito aos oradores, enquanto representantes de partidos aliados ainda discursavam. “Hipocrisia, hipocrisia, cadê a democracia?”, dizia, para depois juntar-se a um grupo maior e entoar o grito de guerra do PT. “Partido, partido, é dos Trabalhadores”.

fonte: DP (por Sandro Ferreira )

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